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Há muitos anos que o mundo sabe dos problemas gerados pela exploração das energias fósseis, em especial o petróleo. Evidente que o petróleo e o carvão foram as bases energéticas do crescimento industrial e econômico, mas também foram os causadores da situação calamitosa em que se encontra o planeta em termos de poluição, aquecimento global e desastres ambientais. Juan Pablo Péres Afonso, antigo ministro da energia da Venezuela falecido em 1979 e um dos criadores da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), disse certa vez uma frase que define bem o problema: “Dez anos, vinte anos a partir de agora, vocês verão que o petróleo será a nossa ruina... Petróleo é o excremento do diabo!". O planeta exige fontes limpas de energia e o petróleo é uma das mais poluidoras que existe. Aqui no Brasil, de acordo com a ANP (Agência Nacional de Petróleo), a Petrobrás lança entre 7 e 10 milhões de toneladas de CO2 por ano na atmosfera e, apesar de já ter reduzido a queima de gás, em novembro de 2010 ela foi de, aproximadamente, 7 milhões de m3 de gás por dia em suas plataformas. Se este gás fosse jogado na atmosfera ao invés de ser queimado, a poluição seria muito maior, pois o gás metano emitido é cerca de 20 vezes mais nocivo que o CO2 produzido pela queima deste gás. Em termos de poluição, o problema mais sério vem agora, com a descoberta de enormes jazidas de petróleo na camada pré-sal. O físico José Goldemberg já alertou que não podemos fechar os olhos para tamanha riqueza, mas a exploração incorreta pode gerar uma grande decepção, pois seus problemas ambientais são simplesmente desconhecidos. Além do problema do grande aumento de emissão de C02 pelo aumento de volume produzido temos o agravante da localização, pois quando falamos de pré-sal estamos falando de extrair petróleo a uma profundidade entre 5 e 7 mil metros e não podemos esquecer os recentes problemas no golfo do México, onde não conseguiam fechar uma válvula a 1500 metros de profundidade e o petróleo vazou no mar durante praticamente três meses, com danos incalculáveis ao meio ambiente. Será que a natureza já não mandou recados suficientes para o ser humano parar esta corrida desenfreada rumo ao caos? Evidente que o petróleo é a base energética de todo o mundo e não vivemos sem ele, mas temos que investir em energias limpas e reduzir, de uma forma metódica e planejada, as energias sujas. Caso contrário, em breve, veremos que Juan Pablo Péres estava certo quanto ao excremento do diabo. Isto não é pessimismo ou baboseira; é uma simples projeção realista dos fatos que vemos diariamente. *Célio Pezza é escritor (http://www.celiopezza.com/livros.html), mas tem sua formação acadêmica em Química e Administração de Empresas. Nascido em Araraquara, interior de São Paulo, Célio mora atualmente em Veranópolis, no Rio Grande do Sul. (Envolverde/O autor) | ||||
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Já existe a lei de responsabilidade fiscal. Um governante não pode gastar mais do que lhe permite o montante dos impostos recolhidos. Isso melhorou significativamente a gestão pública. O acúmulo de desastres sócio-ambientais ocorridos nos últimos tempos, com desabamentos de encostas, enchentes avassaladoras e centenas de vítimas fatais junto com a destruição de inteiras paisagens, nos obrigam a pensar na instauração de uma lei nacional de responsabilidade sócio-ambiental, com pesadas penas para os que não a respeitarem. Já se deu um passo com a consciência da responsabilidade social das empresas. Elas não podem pensar somente em si mesmas e nos lucros de seus acionistas. Devem assumir uma clara responsabilidade social. Pois não vivem num mundo a parte: são inseridas numa determinada sociedade, com um Estado que dita leis, se situam num determinado ecossistema e são pressionadas por uma consciência cidadã que cada vez mais cobra o direito à uma boa qualidade de vida. Mas fique claro: responsabilidade social não é a mesma coisa que obrigação social prevista em lei quanto ao pagamento de impostos, encargos e salários; nem pode ser confundida com a resposta social que é a capacidade das empresas de se adequarem às mudanças no campo social, econômico e técnico. A responsabilidade social é a obrigação que as empresas assumem de buscar metas que, a meio e longo prazo, sejam boas para elas e também para o conjunto da sociedade na qual estão inseridas. Não se trata de fazer para a sociedade o que seria filantropia, mas com a sociedade, se envolvendo nos projetos elaborados em comum com os municípios, ONGs e outras entidades. Mas sejamos realistas: num regime neoliberal como o nosso, sempre que os negócios não são tão rentáveis, diminui ou até desaparece a responsabilidade social. O maior inimigo da responsabilidade social é o capital especulativo. Seu objetivo é maximizar os lucros das carteiras e portofólios que controlam. Não vêem outra responsabilidade, senão a de garantir ganhos. Mas a responsabilidade social é insuficiente, pois ela não inclui o ambiental. São poucos os que perceberam a relação do social com o ambiental. Ela é intrínseca. Todas empresas e cada um de nós vivemos no chão, não nas nuvens: respiramos, comemos, bebemos, pisamos os solos, estamos expostos à mudanças dos climas, mergulhados na natureza com sua biodiversidade, somos habitados por bilhões de bactérias e outros microorganismos. Quer dizer, estamos dentro da natureza e somos parte dela. Ela pode viver sem nós como o fez por bilhões de anos. Nós não podemos viver sem ela. Portanto, o social sem o ambiental é irreal. Ambos vêm sempre juntos. Isso que parece óbvio, não o é para a grande parte das pessoas. Por que excluimos a natureza? Porque somos todos antropocêntricos, quer dizer, pensamos apenas em nós próprios. A natureza é exterior, posta ao nosso bel-prazer. Somos irresponsáveis face à natureza quando desmatamos, jogamos bilhões e litros de agrotóxicos no solo, lançamos na atmosfera, anualmente, cerca de 21 bilhões de toneladas de gases de efeito estufa, contaminamos as águas, destruímos a mata ciliar, não respeitamos o declive das montanhas que podem desmoronar e matar pessoas nem observamos o curso dos rios que nas enchentes podem levar tudo de roldão. Não interiorizamos os dados que biólogos e astrofísicos nos asseguram: Todos possuímos o mesmo alfabeto genético de base, por isso somos todos primos e irmãos e irmãs e formamos assim a comunidade de vida. Cada ser possui valor intrínseco e por isso tem direitos. Nossa democracia não pode incluir apenas os seres humanos. Sem os outros membros da comunidade de vida, não somos nada. Eles valem como novos cidadãos que devem ser incorporados na nossa compreensão de democracia que então passa a ser uma democracia sócio-ambiental. A natureza e as coisas dão-nos sinais. Elas nos chamam atenção para os eventuais riscos que podemos evitar. Não basta a responsabilidade social, ela deve ser sócio-ambiental. É urgente que o Parlamento vote uma lei de responsabilidade sócio-ambiental imposta a todos os gestores da coisa pública. Só assim evitaremos tragédias e mortes. (Envolverde/O autor) | |
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Só controlamos a natureza na medida em que lhe obedecemos e soubermos escutar suas mensagens e ler seus sinais. O cataclisma ambiental, social e humano que se abateu sobre as três cidades serranas do estado do Rio de Janeiro, Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo, na segunda semana de janeiro, com centenas de mortos, destruição de regiões inteiras e um incomensurável sofrimento dos que perderam familiares, casas e todos os haveres tem como causa mais imediata as chuvas torrenciais, próprias do verão, a configuração geofísica das montanhas, com pouca capa de solo sobre o qual cresce exuberante floresta subtropical, assentada sobre imensas rochas lisas que por causa da infiltração das águas e o peso da vegetação provocam frequentemente deslizamentos fatais. Culpam-se pessoas que ocuparam áreas de risco, incriminam-se políticos corruptos que distribuíram terrenos perigosos a pobres, critica-se o poder público que se mostrou leniente e não fez obras de prevenção, por não serem visíveis e não angariarem votos. Nisso tudo há muita verdade. Mas nisso não reside a causa principal desta tragédia avassaladora. A causa principal deriva do modo como costumamos tratar a natureza. Ela é generosa para conosco, pois nos oferece tudo o que precisamos para viver. Mas nós, em contrapartida, a consideramos como um objeto qualquer, entregue ao nosso bel-prazer, sem nenhum sentido de responsabilidade pela sua preservação, nem lhe damos alguma retribuição. Ao contrario, tratamo-la com violência, depredamo-la, arrancando tudo o que podemos dela para nosso benefício. E ainda a transformamos numa imensa lixeira de nossos dejetos. Pior ainda: nós não conhecemos sua natureza e sua história. Somos analfabetos e ignorantes da história que se realizou nos nossos lugares no percurso de milhares e milhares de anos. Não nos preocupamos em conhecer a flora e a fauna, as montanhas, os rios, as paisagens, as pessoas significativas que ai viveram, artistas, poetas, governantes, sábios e construtores. Somos, em grande parte, ainda devedores do espírito científico moderno que identifica a realidade com seus aspectos meramente materiais e mecanicistas sem incluir nela a vida, a consciência e a comunhão íntima com as coisas que os poetas, músicos e artistas nos evocam em suas magníficas obras. O universo e a natureza possuem história. Ela está sendo contada pelas estrelas, pela Terra, pelo afloramento e elevação das montanhas, pelos animais, pelas florestas e pelos rios. Nossa tarefa é saber escutar e interpretar as mensagens que eles nos mandam. Os povos originários sabiam captar cada movimento das nuvens, o sentido dos ventos e sabiam quando vinham ou não trombas d’água. Chico Mendes com quem participei de longas penetrações na floresta amazônica do Acre sabia interpretar cada ruído da selva, ler sinais da passagem de onças nas folhas do chão e, com o ouvido colado ao chão, sabia a direção em que ia a manada de perigosos porcos selvagens. Nós desaprendemos tudo isso. Com o recurso das ciências lemos a história inscrita nas camadas de cada ser. Mas esse conhecimento não entrou nos currículos escolares nem se transformou em cultura geral. Antes, virou técnica para dominar a natureza e acumular. No caso das cidades serranas: é natural que haja chuvas torrenciais no verão. Sempre podem ocorrer desmoronamentos de encostas. Sabemos que já se instalou o aquecimento global que torna os eventos extremos mais freqüentes e mais densos. Conhecemos os vales profundos e os riachos que correm neles. Mas não escutamos a mensagem que eles nos enviam que é: não construir casas nas encostas; não morar perto do rio e preservar zelosamente a mata ciliar. O rio possui dois leitos: um normal, menor, pelo qual fluem as águas correntes e outro maior que dá vazão às grandes águas das chuvas torrenciais. Nesta parte não se pode construir e morar. Estamos pagando alto preço pelo nosso descaso e pela dizimação da mata atlântica que equilibrava o regime das chuvas. O que se impõe agora é escutar a natureza e fazer obras preventivas que respeitem o modo de ser de cada encosta, de cada vale e de cada rio. Só controlamos a natureza na medida em que lhe obedecemos e soubermos escutar suas mensagens e ler seus sinais. Caso contrário teremos que contar com tragédias fatais evitáveis. *Leonardo Boff é filósofo e teólogo. (Envolverde/Brasil de Fato) | |
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Por Leonardo Boff
Se reconhecermos, como os povos originários e muitos cientistas modernos, que a Terra é Gaia, Mãe generosa, geradora de toda vida, então devemos a ela o mesmo respeito e veneração que devotamos às nossas mães. Em grande parte, a crise ecológica mundial deriva da sistemática falta de respeito para com a natureza e a Terra.
O respeito implica reconhecer que cada ser vale por si mesmo, porque simplesmente existe e, ao existir, expressa algo do Ser e daquela Fonte originária de energia e de virtualidades da qual todos provém e para a qual todos retornam (vácuo quântico). Numa perspectiva religiosa, cada ser expressa o próprio Criador.
Ao captarmos os seres como valor intrínseco, surge em nós o sentimento de cuidado e de responsabilidade para com eles a fim de que possam continuar a ser a a coevoluir.
As culturas originárias atestam a veneração face à majestade do universo, o respeito pela natureza e para cada um de seus representantes.
O budismo que não se apresenta como uma fé mas como uma sabedoria, um caminho de vida em harmonia com o Todo, ensina a ter um profundo respeito, especialmente, por aquele que sofre (compaixão). Desenvolveu o Feng Shuy que é a arte de harmonizar a casa e a si mesmo com todos os elementos da natureza e com o Tao.
O Cristianismo conhece a figura exemplar de São Francisco de Assis (1181-1226). Seu mais antigo biógrafo, Tomás de Celano (1229) testemunha que andava com respeito por sobre as pedras em atenção daquele, Cristo, que foi chamado de “pedra”; recolhia com carinho as lesmas para não serem pisadas; no inverno, dava água doce às abelhas para não morrerem de frio e de fome.
Aqui temos a ver com um outro modo de habitar o mundo, junto com as coisas convivendo com elas e não sobre as coisas dominando-as.
Extremamente atual é a figura do humanista Albert Schweitzer (1875-1965). Elaborou grandiosa ética do respeito a todo o ser e à vida em todas as suas formas. Era um grande exegeta e famoso concertista das músicas de Bach. Num momento de sua vida, largou tudo, estudou medicina e foi servir hansenianos em Lambarene no Gabão.
Diz explicitamente, numa carta, que “o que precisamos não é enviar para lá missionários que queiram converter os africanos, mas pessoas que se disponham a fazer para os pobres o que deve ser feito, caso o Sermão da Montanha e as palavras de Jesus possuam algum valor. Se o Cristianismo não realizar isso, perdeu seu sentido”.
Em seu hospital no interior da floresta tropical, em Lambarene, entre um atendimento e outro, escreveu vários livros sobre a ética do respeito, sendo o principal este: O respeito diante da vida (Ehrfurcht vor dem Leben).
Bem diz ele:”a idéia-chave do bem consiste em conservar a vida, desenvolvê-la e elevá-la ao seu máximo valor; o mal consiste em destruir a vida, prejudicá-la e impedi-la de se desenvolver. Este é o princípio necessário, universal e absoluto da ética”.
Para ele, o limite das éticas vigentes consiste em se concentrarem apenas nos comportamentos humanos e esquecerem as outras formas de vida. Numa palavra: “a ética é a responsabilidade ilimitada por tudo que existe e vive”
Dai se derivam comportamentos de grande compaixão e cuidado. Numa prédica conclamava: “Mantenha teus olhos abertos para não perder a ocasião de ser um salvador. Não passe ao largo, inconsciente, do pequeno inseto que se debate na água e que corre risco de se afogar. Tome um pauzinho e retire-o da água, enxugue-lhe as asinhas e experimente a maravilha de ter salvo uma vida e a felicidade de ter agido a cargo e em nome do Todo-poderoso. A minhoca que se perdeu na estrada dura e seca e que não pode fazer o seu buraco, retire-a e coloque-a no meio da grama. ‘O que fizerdes a um desses mais pequenos foi a mim que o fizestes’. Esta palavra de Jesus não vale apenas para nós humanos mas também para as mais pequenas das criaturas”.
Essa ética do respeito é categórica no momento atual em que a Mãe Terra se encontra sob perigoso estresse.
Leonardo Boff é autor de Convivência, Respeito, Tolerância, Vozes 2006.
“ A FLORESTA ANTECEDE OS POVOS E O DESERTO OS SEGUE...”
(François Chateaubriand -1768 – 1848)
O que é Sistema Agroflorestal (SAF)?
É uma prática antiga que já foi muito utilizada por comunidades tradicionais em várias partes do mundo, e na Ásia e América do Sul há mais de mil anos. A definição adotada pelo “International Center for Research in Agroforesty (ICRAF) é o mesmo adotado pelo código Florestal Brasileiro: “Sistema Agroflorestal é um nome coletivo para sistemas e tecnologias de uso da terra com cultivares agrícolas e/ou animais em alguma forma de arranjo espacial e sequência temporal”- Resolução da Secretaria do Meio Ambiente (SMA)-44, de 30-06-2008, Resolução CONAMA 369/2006.
Podem ser sistemas simples como o consórcio de espécies agrícolas com arbóreas de pouca diversidade de espécies e mais complexos como ecossistemas florestais com dinâmica e diversidade similar às florestas naturais, com uma determinada porcentagem de exóticas, cujo objetivo é restaurar a vida no local, sendo este sistema o de maiores chances de apresentar bons resultados.
A restauração de ecossistemas degradados vem tomando crescente importância diante de um quadro de crise ambiental cada vez mais drástico, afetando a qualidade de vida de TODAS as comunidades de vida deste maravilhoso e maltratado planeta. A derrubada das florestas para o domínio das monoculturas e pastagens deixando o solo nu, exposto a intenso processo erosivo, zonas ripárias sem vegetação provocando assoreamento e contaminação dos rios e lagos,extinção de nascentes, pequenos fragmentos florestais isolados e permanentemente perturbados pelas atividades humanas, são modelo insustentável com graves conseqüências ambientais cada vez mais intensas: a erosão, e a desertificação como uma das principais causas do aquecimento global: retém o calor, a absorção da água pelo solo é mínima e a evaporação altíssima sem retenção da umidade e nenhuma captura de CO².
Desde o início da história das civilizações, quando os povos começaram a utilizar a madeira para construções habitacionais e náuticas, para forjar metais e outros fins, a floresta representava abundância, desenvolvimento e poder. Com a extinção das florestas e solos exauridos, a constante ameaça da fome levou impérios ao declínio, como por exemplo Roma no séc.IV d.C., que era financiada pela prata extraída na Espanha, cuja fundição sacrificou enormes reservas florestais ibéricas... E qualquer um com um mínimo de bom senso pode ver que a humanidade não se cansa de repetir os mesmos erros, principalmente nesse país, onde se retorna com força total ao mesmo modelo predador e insustentável do período colonial: enormes monoculturas apenas com o fim de exportação e lucro sem o mínimo respeito a o que resta de importantes ecossitemas e da nossa preciosa biodiversidade.
Recuperar áreas degradadas e improdutivas por meio do sistema de agrofloresta , imitando a sucessão natural num processo mais acelerado, tem mostrado excelentes resultados, reduzindo custos com compensação financeira a curto e médio prazo através de seus produtos agrícolas e florestais orgânicos e saudáveis, formando um agroecossistema sustentável, nas pequenas propriedades rurais, já difundido por todo o país, embora de maneira pontual.
Percebe-se, entre os proprietários rurais, uma relutância em deixar ou manter áreas florestadas, áreas de APP, mesmo que somente para fornecer sombra e abrigo aos seus animais e proteção aos mananciais, porque acreditam estar perdendo áreas produtivas. Para estes, uma alternativa inteligente a ser adotada é o sistema agrosilvopastoril onde se combinam no mesmo espaço plantas forrageiras (gramíneas) e leguminosas (rasteiras e arbustivas) e árvores junto com a produção agrícola e pecuária produzindo alimentos, água, serviços ambientais e energia de biomassa. Os poucos a introduzir esse sistema parecem bem satisfeitos, ao contrário do que afirmam alguns que acreditam ser inviável porque acham que se trata de plantar “dentro” de florestas e não em consórcio com estas.
A utilização de árvores junto aos cultivares agrícolas e/ou pastagens, tem a função estratégica de: reduzir a insolação direta sobre o solo protegendo sua vida biológica e aumentando sua diversidade; proteger do impacto direto das gotas de chuva sobre o solo que causam compactação e erosão e auxiliar na infiltração da água para o subsolo alimentando os lençóis freáticos; trazer para a superfície nutrientes das camadas mais profundas; reduzir o efeito negativo do vento que leva embora a umidade, portanto reter a umidade; promover constantemente matéria orgânica no solo, tornando desnecessária a utilização de adubação química; adicionar nitrogênio por fixação biológica e finalmente promover a biodiversidade devolvendo vida para o local.
Para quem quer ir mais fundo, “Apostila do Educador Agroflorestal”– Projeto Arboreto/Parque Zoobotânico/ Universidade Federal do Acre – PENEIREIRO, Fabiana Mongeli et al.
Site: www.agrofloresta.net
http://agroflorestador.blogspot.com
Sabina Cseri